Eventos

Em destaque este mês

< >

Tertúlia "Édipo Rei" reúne estudantes e docentes e promove discussão

Tertúlia Rei Edípo IMG

Na tarde do dia 13 de maio, o clube de leitura Os Alienistas, interessado no âmbito da Psicanálise, em colaboração com o projeto Biblioteca ComVida, promoveu uma tertúlia sobre a tragédia grega clássica Rei Édipo, de Sófocles, de forma a entender a sua ressonância na teoria psicanalítica. O evento reuniu estudantes de Psicologia, Teologia e Filosofia, permitindo uma discussão interdisciplinar sobre temas como destino e liberdade, experiência humana e conflitos inter e intra-humanos.

Numa primeira parte, a Professora Ana Paula Pinto, Doutorada em Literatura Clássica, apresentou o contexto histórico-cultural em que o mito se desenvolveu, surgindo assim uma lente pela qual se pode observar o contexto social e político hodierno. Em seguida, foi abordada a trama do Rei Édipo, explorando-se o mito nas várias obras clássicas, bem como a relação de Édipo com outras personagens mitológicas dando origem a uma compreensão mais ampla.

O segundo momento, contando com a mediação da Professora Doutora Fabrizia Raguso, foi caracterizado por uma discussão do mito, replicado na teoria psicanalítica de Freud. Nesta discussão, enriquecida pela conexão Sófocles-Freud, foram abordadas tanto o enquadramento deste mito na Psicologia atual, quanto as críticas dirigidas ao conceito de Complexo de Édipo.

A tertúlia revelou-se um bom momento de aprofundamento do conhecimento sobre a temática edipiana, dando azo à possibilidade de uma reflexão crítica sustentada. 

Esta atividade permite ainda reconhecer a relevância das iniciativas dos alunos para, em contexto académico, promoverem os dinamismos mais adequados ao seu desenvolvimento intelectual e pessoal.

Docente de Filosofia é convidado para falar sobre construção de argumentos

No passado dia 13 de janeiro, o Professor da Licenciatura em Filosofia Artur Ilharco Galvão foi convidado pelos responsáveis do projeto Academia de Pensamento, Raquel Costa e Afonso Espregueira, S.J, para dar uma aula sobre a construção de argumentos. Entre os tópicos analisados contaram-se os da definição e da caracterização dos elementos de um argumento.

A Academia de Pensamento trata-se de uma iniciativa orientada para os alunos do ensino secundário do Instituto Nun’Alvres (Caldas da Saúde – St.º Tirso) e tem por objetivo ajudar os alunos a desenvolverem as suas capacidades de pensamento crítico, argumentação e debate. Por isso, pretende-se a consciencialização da complexidade dos tópicos que preocupam a sociedade contemporânea e a necessidade de escutar e entender diferentes pontos de vista.

Melhor aluno guineense de Braga recebe prémio de Presidente da Câmara Municipal de Bissau

Dimitriu Landim Vieira foi o melhor aluno guineense da Universidade Católica Portuguesa da região de Braga.

O jovem estudante de Filosofia recebeu o prémio pelas mãos do Presidente da Câmara Municipal de Bissau Dimitriu Landim Vieira ganha prémio destinado ao melhor aluno guineense do Centro Regional de Braga, do ano lectivo 2019/20.

A cerimónia que decorreu no dia 9 de Junho, pelas 10.30 horas, no Campus Camões, contou com a presença do Presidente da Câmara Municipal de Bissau, Luís Enchama, do Secretário Geral, Dr. Lente Leote Embassa, do Director do Gabinete de Relações Internacionais, Dr. Jaime Nhate, do Pró - Reitor da UCP e Presidente do CRBr, Prof. Doutor João Manuel Duque e do Director da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da UCP, Prof. Doutor José Martins Lopes. O estudante do 3º ano do Curso de Filosofia da FFCS (Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais) recebeu a gratificação das mãos do Presidente da Câmara Municipal de Bissau, Luís Enchama.

Este prémio pretende estimular e premiar o esforço e a dedicação dos alunos de Bissau na UCP (Universidade Católica Portuguesa) em Braga. A visita destas entidades a Braga pretende estabelecer contacto com alunos guineenses de Braga e com os responsáveis pelas Universidades no sentido de avaliarem as dificuldades e entraves que existiram e existem a uma plena integração e a um bom desempenho escolar, em tempos de pandemia. 

Entrevista Luísa Costa Gomes, vencedora do 30.º Grande Prémio de Literatura DST

A escritora Luísa Costa Gomes (Lisboa, 1954) acaba de ganhar o Grande Prémio de Literatura DST, na sua 30.ª edição, com o livro “Visitar Amigos e outros contos”. Nesta edição estiveram a concurso mais de 200 candidaturas. O júri do prémio – composto por José Manuel Mendes, Lídia Jorge e Carlos Mendes de Sousa – escolheu a obra da autora por unanimidade, sublinhando que “os contos da autora surpreendem pela energia narrativa, revelando personagens poderosas na sua diversidade sociológica e afectiva com uma recusa da inércia existencial e uma construção formal que enriquece a experiência de leitura”. Formada em Filosofi a, tem uma obra extensa no campo da ficção (contos, romances), do teatro e da ópera, mas também em outros domínios – da crónica à pintura. Tem sido distinguida com vários prémios e forma de reconhecimento. E este seu último livro, constituído por 13 contos, foi considerado pela crítica o melhor livro de 2024. Hoje às 21h00, no Teatro Circo de Braga, decorre a cerimónia de entrega do Grande Prémio de Literatura dst à autora premiada, Luísa Costa Gomes. Aproveitamos a ocasião festiva para uma conversa com a escritora.

Acaba de publicar mais um livro de contos – Visitar Amigos e outros contos (D. Quixote, 2024), considerado o “melhor livro do ano” pelo Expresso / Público, sendo agora distinguida com o Grande Prémio de Literatura dst. Como explica essa sua fidelidade ao género do conto? O que significa receber mais este prémio na sua carreira?

A fidelidade só se consegue “explicar”, partindo do princípio de que se trata de uma relação saudável, quando há prazer e dedicação. Mas olhe que não é assim tão fiel a fidelidade, escrevo até mais teatro e romance do que conto. E quanto a prémios, este não é mais um prémio. Este livro não recebeu nenhum outro prémio. O dst Literatura é o único e, por isso, ainda mais acarinhado.

Estes treze contos reunidos em Visitar Amigos, com a sua diversidade de histórias e situações narradas no passado e no presente, revelam algumas preferências temáticas da sua escrita. Pode comentar algumas dessas tendências?

Parece-me que a diversidade é que é de regra, por ir abrindo os horizontes temáticos, as diferentes abordagens, os diversos tratamentos do tempo histórico, mas sim, são contos que se centram em experiências, na importância da duração, continuando o que tinha feito na colecção anterior, Afastar-se. Relacionando-o com o livro anterior, que tinha como fio condutor a ideia do primado da experiência e a sua irredutibilidade ao chamado “sentido da vida”, com alguns contos centrados na temática dos absurdos da paixão amorosa, Visitar Amigos amplia esse primado à vivência sempre singular da História e do tempo. A tendência fundamental é talvez a pôr em causa o adquirido, analisar o que aparece como evidente, tratar o permanente como ilusório…

Neste livro de contos como em outros livros seus, os leitores e a crítica confrontam-se com várias formas de ironia mais ou menos ácida e de humor em geral. Que lugar ocupam estes registos na sua escrita em geral e na sua visão do mundo?

Penso que o humor, ácido ou não, é constituinte da maneira literária de cada um. Não se pode extirpar o humor do texto do humor do autor do texto, é o seu olhar, a sua “maneira”. Rir com A Queda de um Anjo não é o mesmo do que rir com o Quincas Borba ou com A Montanha Mágica. Estranhou a última? Os leitores não se lembram do humor do Thomas Mann e, no entanto, o livro tem partes hilariantes. Tem a ver também com as expectativas… Se a pessoa vai com vontade de se aborrecer, até os palhaços do circo lhe dão tédio. O humor não é de tirar e pôr, nem me é necessário, não é um extra que acontece depois, para aligeirar a coisa. Quero crer que sou humorista, embora pouca gente me dê esse crédito. Estou como aquela personagem do Machado de Assis, que escrevia umas polkas maravilhosas e populares, e que insistia em querer escrever valsas, porque a valsa é que era nobre. No meu caso é talvez o contrário: querem forçar-me à dignidade do sério. A minha maneira, para o bem e para o mal, é a da irrisão de (mais ou menos) tudo ou mesmo tudo.

Tem formação em Filosofia e foi professora nesta área. Alguém pergunta na sua escrita sobre o papel pedagógico da História: “Mas ele acredita na profilaxia pela História? Pensa que não voltarão a fazê-lo?” A resposta não se faz esperar: “Sim, talvez, mas não da mesma maneira. Voltarão a fazê-lo, estes, outros, sacrificando outros, ou mais destes”. Em tempos mais inclinados para a distopia, o que podemos aprender com a História? Se é que podemos aprender alguma coisa com o passado, interrogam-se alguns.

Não há resposta para esta questão, pelo menos uma resposta credível. Vamos procurar à História as lições que nos convêm, a filosofia da História é tão histórica e epocal como a própria História. Vivemos num tempo em que isto é absolutamente visível, com a nova crítica da história colonial e patriarcal e à importância fundamental que é dada à escravatura na criação do capitalismo moderno. Neste conto, dado que a protagonista é paleontóloga e o interlocutor historiador da História humana, o sentido do histórico é eminentemente diferente, as suas escalas, as suas interpretações. A visão paleontológica, a reflexão sobre o Antropoceno, são formas diferentes de entender o tempo, em que o humano tem um papel bastante modesto.

Independentemente de aprendermos com a História, podemos evocar o passado, construir narrativas em tempos pretéritos, como acontece em alguns dos seus contos, regressando aos tempos de 1974-75. Que significa para si essa evocação? Homenagem, balanço crítico, simples prazer de evocar?

Uma linguagem eufórica, uma disrupção, uma época de turbilhões apaixonados. No Menino Prodígio temos esse estudante serôdio, sempre tangencial ao olho do furacão, preso pela Pide sem ter nenhuma convicção revolucionária, e que depois, no entanto, faz uma vida inteira de serviço ao outro como médico de província. Nestes contos há algo das “Vidas”, de Plutarco, e também das “Vidas de Homens não Ilustres” do Pontiggia e do Rosebud do “Citizen Kane”. Vidas, o que se faz, o que nos acontece, e a maneira de lidar com tudo isso. E como contá-las sem lhes fazer grossa injustiça.

Perante tantas situações críticas e extremas do mundo contemporâneo, das guerras e das perturbações políticas e sociais, perante sucessivas ameaças à própria democracia, ainda há lugar para a esperança? A ansiedade e o medo em que tantos cidadãos vivem hoje obrigam-nos a repensar o mundo que queremos?

Não sei. Quanto à esperança, é como a felicidade de que se falava no Mahabaratta. Ela é inevitável. O cérebro não aguenta a realidade como ela é. Cria futuros róseos, cria céus, cria libertações, cria paliativos. Dá explicações desculpativas. Isenta-nos de responsabilidade. Desde que saibamos que tudo isso é criação nossa, não faz mal nenhum, a esperança, antes pelo contrário. Penso que é sempre melhor repensar o mundo na alegria e no prazer, estar a repensá-lo a partir do medo é capaz de criar mais angústia ainda. Não me perguntem como é que se faz, isso é tarefa para a gente nova.

Os poderes cada vez mais dominantes do sistema capitalista e dos avanços da tecnologia (incluindo a inteligência artificial) podem moldar novas facetas do ser humano no futuro imediato? Como vê a presença da inteligência artificial na vida quotidiana e mesmo no mundo da criatividade e da cultura?

Não sei. Primeiro ponto: não parece possível no momento regular essas aventesmas. Os Estados Unidos estão a querer pelo menos dez anos sem regulamentação para poderem manobrar o mercado, a Europa é lorpa e não tem autonomia. Todos desistimos de tudo. Não se consegue controlar o fluxo do mal, pela simples razão de que é prático e todos ganham qualquer coisa. O diabo é prático. O Chat GPT é imparável, só será parado por uma maquineta com mais funcionalidades, mais rápida, que dê ainda menos trabalho. O ser humano é prático. O que é prático e não dá trabalho, é bom. Entretanto, nós somos cada vez mais como os telemóveis. Estamos rapidamente a transformar-nos em androides, com corpo de androide e cabeça de androide, mas muito mais estúpidos do que robôs. Às vezes penso que Deus é uma máquina. Não é ex machina, é a máquina. Fazemos o que os telemóveis nos dizem para fazermos: atende, liga, desliga, tira selfie, posta, reposta, diz uma inanidade, ouve outros centos de inanidades e assim a vida vai passando. O que fazer? Nada, fazer como toda a gente, dizer “que horror” e continuar na mesma. Dizer “ah, e as crianças?”, e passar-lhe o telemóvel para a mão. Para ver um vídeo. Portanto, não tenho grandes opiniões, só observo o que se passa. As pessoas não têm já paciência para as outras pessoas. Estão isoladas na personalização dos respectivos feeds. Fazer o contrário, resistir, ler, criar, ter ideias complexas, tudo isso tem um cheirinho a fundamentalismo.

Ao longo da sua obra multifacetada, publicou romances, contos (também dirigiu uma revista de contos, Ficções), crónicas, muitas peças de teatro, libretos de ópera. E ainda tem tempo e criatividade para se dedicar à pintura. Como explica esta atividade diversa?

Não tenho explicação possível, para além do imenso prazer que me dá. Acho mesmo impossível de explicar. É a minha profissão. Com a agravante de não querer fazer mais nada, talvez se chame uma vocação. Não sei se ainda se percebe o que é uma vocação? Tem a ver com chamamento, uma imagética um bocadinho religiosa com que não me identifico. Tenho dois sentimentos contraditórios que sempre me dominaram: o primeiro, o do meu privilégio em poder fazer o que faço, privilégio interno, que pode desaparecer a qualquer momento. A tal inspiração, que pode eclipsar-se por um mau encontro na vida ou por qualquer catástrofe que nos aconteça. O outro diz-me que escrevo desde os dez anos de idade, publico desde os trinta, livro atrás de livro, chama-se uma profissão. Ou seja, em relação à escrita e à pintura tenho uma dupla atitude técnico-romântica.

Estamos a celebrar grandes efemérides do Nascimento de Luís de Camões e de Camilo Castelo Branco. O que significam estes autores na sua escrita? Que atualidade mantém eles hoje?

Camilo é o mentor da minha introdução nas Letras, o meu primeiro romance chamado O Pequeno Mundo começou por ser uma paródia do mundo e linguagem camilianos. Com Camões nunca me encontrei, com ressalva para umas passagens d’Os Lusíadas incluídas na ópera Corvo Branco, até este ano, em que escrevi um libreto, com o título Relicário Perpétuo, a propósito dos 500 anos do seu nascimento. A ópera terá música de Luís Tinoco e encenação de Nuno Carinhas, foi encomenda da Biblioteca Nacional e do Teatro Nacional de São Carlos.

Numa permanente sociedade do espetáculo, dominada por múltiplas urgências, redes sociais, formas desenfreadas de narcisismo, proliferam o ruído, a desinformação, a solidão, comportamentos psicóticos. A escrita sua literária é sensível a temas como estes e de que forma os pensa?

Os Olhos Verdes já abordavam esse universo do ruído, é um romance do princípio dos anos 90, quando se deu a abertura dos primeiros canais privados em Portugal. Pouco mudou, agravou-se bastante, dentro do modelo esperado. Mas aquilo que eu trato no romance, uma história em que os dois protagonistas nunca chegam a encontrar-se e que é inspirado nas sagas islandesas, é a morte da interioridade. É o paradigma comportamentalista, a ideia de que aquilo que conta é o que se vê, o que se age, o que se mostra. O interior dos personagens, inventado primeiramente pelo romance naturalista do século XIX com o seu narrador omnisciente desaparece para dar lugar à exterioridade enigmática do que se faz. É reduzir a literatura ao que se pode ver. Por isso tinha um pequeno ensaio no meio do romance, sobre George Berkeley, o filósofo do “ser é ser percebido”, e o seu universo solipsista. A imagem produz solidão, porque no que dá, tira. Dá um ersatz, um ícone, um simulacro, tira a presença, o ser sensível, a verdade.

Para muitos, na hecatombe das “grandes narrativas”, a religião também entrou em crise no mundo contemporâneo. Qual a sua visão e a relação pessoal com a religião?

Sou apóstata e em geral contra todas as igrejas, sejam partidos políticos ou seitas apocalípticas. Dito isto, naturalmente tenho algum parentesco com os místicos e os anacoretas, mas com o privilégio de um bom wifi. A Vida de Ramón, um romance escrito nos idos de noventa, reinventa a vida desse místico maiorquino e da sua luta contra Deus, que o queria fazer dominicano. Mas ele fez-se franciscano, embora não completamente, e nunca seguro de nada do que fazia. O místico, se não se lhe mete na cabeça andar a pregar a vida boa, é inofensivo, vive na sua cabeça, é deixá- -lo estar.

Um momento marcante na minha vida adulta teve a ver com a revelação de que Francisco de Assis, herói e modelo da minha infância, era afinal esquizofrénico. Ouvia vozes, despia-se em público, tinha uma competição maníaca com os outros pela humildade e a humilhação. Há um momento das Fioretti em que ele exige que os outros o espezinhem, lhe espezinhem a cabeça. O filme do Rossellini é, aliás, exemplar na descrição da “divina loucura” dos franciscanos, comum a Llull, que se auto-intitulava “louco de Deus”. Foll deu fool que é bôbo. Bôbo de Deus é um bom epíteto para qualquer um.

Num mundo de violência e com crescentes sintomas de distopia, dominado por várias formas de descrença, talvez possamos, provocatoriamente, repetir e parafrasear a velha pergunta de uma personagem de Dostoievski – a Beleza, a Arte, a Literatura podem salvar-nos? Por outras palavras, qual o lugar ou poder da Literatura hoje?

A Literatura e a Arte têm o poder, como sempre tiveram, que cada um lhes der. Há, houve, haverá gente sensível a um gesto humano singular, a uma visão do mundo característica, idiossincrática, radicalmente pessoal. Não falo de multidões de leitores, nunca houve multidões de leitores. Se não houver, como é o caso dos Estados Desunidos no presente, uma deliberada destruição de universidades, bibliotecas, bolsas de investigação e de tudo o que pareça criação inovadora, penso que a Literatura fará o seu caminho, de boca a orelha, sempre mudando, provavelmente sempre mantendo a sua própria “maneira” de olhar através do que a linguagem pode fazer quando bem manobrada. A época não é favorável. Os mídia espalham o ódio, é o seu ganha-pão. As redes sociais vivem da publicidade, vendem eyeballs, isso só se consegue com mentira e indignação. Houve engenharia social – as gentes são muito facilmente engenheiráveis, muito mais facilmente do que se imagina – e os últimos trinta, quarenta anos produziram uma mudança de paradigma, do corporativo ao económico- -corporativo e daí ao financeiro-corporativo, e do capitalismo popular ao neoliberalismo descabelado. Trump e os seus são o rosto visível do que se conseguiu fazer social e culturalmente ao longo deste tempo. Apologia da ignorância e da irracionalidade, celebrização da política.

Nos próprios Estados Unidos, pelo que vejo de shows e podcasters, continua-se a discussão sobre “estaremos a deslizar para o autoritarismo?”, e mesmo com o ICE na rua a arrebanhar, neste ponto, três mil pessoas por dia (!!!), os vemos sentados a discutir “a saúde da democracia”. Felizmente, milhões já perceberam que não há democracia nenhuma e que o ditador é mesmo um ditador daqueles que eles imaginavam existir só na América do Sul (normalmente, aliás, apoiados pela democracia americana). Mas não vale a pena chorar sobre leite derramado. É organizar a resistência e saber que, pelo menos aqui em Portugal, estaremos algum tempo em minoria. E que ainda tem de piorar antes de melhorar. Lamento não ter melhores notícias para dar, não é por acaso que tenho fama de pessimista.

Soon

Melhor aluno guineense da Católica de Braga premiado em cerimónia com várias entidades

Melhor aluno guineense da Católica de Braga premiado em cerimónia com várias entidades

Dimitriu Landim Vieira frequenta o 3.º ano do curso de filosofia no Centro Regional de Braga

Dimitriu Landim Vieira foi galardoado com um prémio destinado ao melhor aluno guineense do Centro Regional de Braga da Universidade Católica Portuguesa (UCP), referente ao ano letivo 2019/20.

A cerimónia, que decorreu na manhã de ontem no Campus Camões, contou com a presença do presidente da Câmara Municipal de Bissau, Luís Enchama, do Secretário Geral, Lente Leote Embassa, do diretor do Gabinete de Relações Internacionais, Jaime Nhate, do pró-reitor da UCP e presidente do Centro Regional de Braga, João Manuel Duque, e do diretor da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da UCP, José Martins Lopes.

O estudante do 3º ano do Curso de Filosofia da FFCS recebeu a gratificação das mãos do presidente da Câmara Municipal de Bissau, Luís Enchama. A UCP realça que «este prémio pretende estimular e premiar o esforço e a dedicação dos alunos de Bissau na UCP em Braga».

Já a visita destas entidades pretende estabelecer contacto com alunos guineenses de Braga e com os responsáveis pelas universidades no sentido de «avaliarem as dificuldades e entraves que existiram e existem a uma plena integração e a um bom desempenho escolar, em tempo de pandemia».  

O aluno recebeu o prémio das mãos do presidente da Câmara Municipal de Bissau.

Cérebro e Espiritualidade: Perspetivas e Desafios

No próximo dia 7 de outubro de 2022, decorrerá um Seminário Cérebro e Espiritualidade: Perspetivas e Desafios", baseado no Projeto de investigação Financiado pela Fundação BIAL denomina-se "Correlatos Neuroanatómicos de bem-estar nos exercícios espirituais e em mindfulness".

Abordar-se-á o tema da existência de semelhanças ou diferenças na ativação cerebral de pessoas envolvidas em exercícios espirituais ou em intervenção por mindfulness. A entrada é gratuita.

Este evento será moderado pelo investigador do CEFH Steven Gouveia (PhD), e contará com a presença de Professores e Investigadores da área da medicina, Neurociências, Psicologia e Filosofia. Os oradores serão: 

Douglas Greve, PhD | MGH - Harvard, USA
Alexandre Castro Caldas, MD-PhD | ICS-FCH, UCP Lisboa
João Onofre Pinto SJ, PhD | CEFH - FFCS, UCP Braga
Filipa Soares, PhD | Ser Integral: Centro Português de Mindfulness
Ângela Leite, PhD | CEFH - FFCS, UCP Braga 

Este evento terá lugar na Aula Magna da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais, na Universidade Católica Portuguesa (Braga), pelas 14:30h.

Melhor aluno guineense da Católica de Braga premiado pelo seu desempenho

Dimitriu Landim Vieira ganhou o prémio destinado ao melhor aluno guineense do Centro Regional de Braga da Universidade Católica Portuguesa, referente ao ano lectivo 2019/20.

O estudante, do 3º ano do Curso de Filosofia da FFCS, recebeu a gratificação das mãos do presidente da Câmara Municipal de Bissau, Luís Enchama, numa cerimónia realizada no Campus Camões. PUBLICIDADE Este prémio pretende estimular e premiar o esforço e a dedicação dos alunos de Bissau na UCP em Braga. 

“Filosofia continua a ser antídoto para percalços que diminuem a humanidade”

Dia Mundial da Filosofia CM IMG

Dia Mundial da Filosofia foi assinalado, ontem, na Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais do Centro Regional de Braga da Universidade Católica. Iniciativa reuniu cerca de 300 estudantes de várias escolas secundárias da região.

“A filosofia é importante para o futuro do mundo” e continua a ser “um antídoto para todos os percalços da história que diminuem a nossa humanidade”. A mensagem foi deixada, ontem, por Bruno Nobre, director da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais (FFCS) da Universidade Católica Portuguesa – Centro Regional de Braga, durante a celebração do Dia Mundial da Filosofia. O tema escolhido para este ano foi ‘A nossa atenção, hoje’, sublinhando a urgência de pensar, cuidar e educar esta competência essencial para a vida pessoal, escolar e social, num ambiente cada vez mais marcado pelas distracções digitais.
Iniciativa juntou cerca de 300 estudantes do Agrupamento de Escolas de Barcelos, Agrupamento de Escolas de Maximinos, Colégio Dom Diogo de Sousa e Escola Martins Sarmento, de Guimarães.

“A filosofia é uma disciplina que incentiva o pensamento crítico e independente e consegue trabalhar para uma melhor compreensão do mundo e promover a tolerância e a paz. Então, a filosofia é importante para os jovens, a filosofia é mesmo importante para o futuro do mundo e é isso que estamos aqui a celebrar”, sublinhou o director aos jovens estudantes, lembrando uma recente entrevista de Daniela Braga, fundadora e CEO da Defined.ai, a empresa de origem portuguesa mais reconhecida no mundo da Inteligência Artificial.


“Todos já percebemos que a Inteligência Artificial está a mudar o nosso mundo, está a mudar a nossa relação uns com os outros, a nossa relação com todo o mundo, a forma como aprendemos. E reparem aquilo que diz Daniela Braga: será melhor estudar filosofia do que programação. Nas gerações futuras, os que vão ter mais sucesso são precisamente aqueles que conseguem entender a componente humana”, citou Bruno Nobre.


Segundo referiu, entender a componente humana é a principal arma da filosofia e, por isso, “quem compreender a componente humana vai ter mais sucesso do que aqueles que vivem só na relação com a tecnologia”.

Melhor aluno guineense da UCP em Braga recebe prémio de Presidente da Câmara de Bissau

Dimitriu Landim Vieira ganha prémio destinado ao melhor aluno guineense do Centro Regional de Braga, do ano letivo 2019/20.

A cerimónia decorreu, no Campus Camões, contou com a presença do Presidente da Câmara Municipal de Bissau, Luís Enchama, do Secretário Geral, Lente Leote Embassa, do Diretor do Gabinete de Relações Internacionais, Jaime Nhate, do Pró - Reitor da UCP e Presidente do CRBr, João Manuel Duque e do Diretor da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da UCP, José Martins Lopes.

O estudante, do 3º ano do Curso de Filosofia da FFCS, recebeu a gratificação das mãos do Presidente da Câmara Municipal de Bissau, Luís Enchama.

Este prémio pretende estimular e premiar o esforço e a dedicação dos alunos de Bissau na UCP em Braga.

A visita destas entidades a Braga pretende estabelecer contacto com alunos guineenses de Braga e com os responsáveis pelas Universidades no sentido de avaliarem as dificuldades e entraves que existiram e existem a uma plena integração e a um bom desempenho escolar, em tempo de pandemia.

Docente da Católica Braga marca presença na Escola Secundária Martins Sarmento

Palestra Prof. Carlos Morais

No dia 3 de junho, Carlos Morais, docente da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Católica Portuguesa - Braga, esteve na Escola Secundária Martins Sarmento – Guimarães onde dinamizou a palestra “A Filosofia como compreensão da realidade. Contributos dos filósofos antigos”  dirigida aos estudantes do 10º e 12º anos.

O encontro promoveu um diálogo entre alunos e professores, que se traduziu num momento de grande enriquecimento humano, afetivo e intelectual. A reflexão sublinhou a urgência de cultivar a atitude filosófica e a reflexão crítica, num tempo em que os radicalismos e as intolerâncias ameaçam a cultura.Nesta linha, a evocação dos pensadores antigos pode funcionar como um impulso de sensibilização de grande atualidade. 

O interesse pelo tema e por este género de iniciativas também se manifestou no desejo de se intensificar, já no início do próximo ano letivo, a colaboração entre a Escola Secundária Martins Sarmento e a Faculdade de Filosofia e Ciências Socias (UCP - Braga), em ordem à realização de atividades de cariz filosófico, envolvendo o corpo docente e discente de ambas instituições.

Categorias: Licenciatura em Filosofia Docentes

Sex, 05/09/2025

Católica Braga celebra Dia Mundial da Filosofia

Dia Mundial da Filosofia CM IMG

O Dia Mundial da Filosofia foi assinalado, no dia 20 de novembro, na Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais (FFCS) do Campus Braga da Universidade Católica Portuguesa.

O encontro teve como tema “A nossa atenção, hoje”, destacando a necessidade de pensar, valorizar e educar uma capacidade essencial à vida pessoal, escolar e social, especialmente num contexto marcado por constantes distrações digitais. Participaram cerca de 300 alunos de várias escolas secundárias da região, entre as quais o Agrupamento de Escolas de Barcelos, o Agrupamento de Escolas de Maximinos, o Colégio Dom Diogo de Sousa e a Escola Martins Sarmento, de Guimarães.

O Diretor da FFCS, Bruno Nobre, passou a mensagem de que “a filosofia é importante para o futuro do mundo” e continua a ser “um antídoto para todos os percalços da história que diminuem a nossa humanidade”

“A filosofia é uma disciplina que incentiva o pensamento crítico e independente e consegue trabalhar para uma melhor compreensão do mundo e promover a tolerância e a paz. Então, a filosofia é importante para os jovens, a filosofia é mesmo importante para o futuro do mundo e é isso que estamos aqui a celebrar”, sublinhou, ainda, o diretor aos jovens estudantes.

Segundo referiu, entender a componente humana é a principal arma da filosofia e, por isso, “quem compreender a componente humana vai ter mais sucesso do que aqueles que vivem só na relação com a tecnologia”.

A sessão prosseguiu com uma apresentação sobre “A Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais: Missão, história e formação”, pelo Prof. Doutor João Carlos Onofre Pinto. Seguiu-se a palestra “Alice no País das Maravilhas. Onde está hoje a nossa atenção?”, conduzida pelo Prof. Doutor Cláudio Carvalho. A manhã terminou com a atividade prática “Pauso, logo existo”, orientada pela Prof. Doutora Anabela Santos Rodrigues.

Categorias: Licenciatura em Filosofia

Seg, 24/11/2025

Homenagem ao Professor Doutor Júlio Fragata na Biblioteca

No âmbito do ciclo de conferências "Conhecer Braga, através das suas instituições, dos ilustres bracarenses e do seu património", a Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva promove, no dia 26 de outubro, pelas 18h00, uma conferência em homenagem ao Professor Doutor Padre Júlio Fragata.

Com entrada livre, aquela sessão contará com intervenções do Professor Doutor José Gama - Da Verdade à Sabedoria; Professora Doutora Maria da Conceição Azevedo - A morte no pensamento do Padre Júlio Fragata; e Doutora Maria Teresa da Fonseca Fragata - Júlio Fragata - uma lição de Ciência e de Vida.

Júlio Moreira Fragata (1920 - 1985) ingressou em 1937 na Companhia de Jesus e licenciou-se na Faculdade de Filosofia de Braga, tendo depois lecionado grego e matemática no Curso de Humanidades na Escola Costa Guimarães, de 1945 a 1947. Cursou teologia na Universidade de Innsbruck (1951) e, em 1954, obteve o doutoramento na Universidade Gregoriana de Roma.

Desde essa data até à morte, a sua atividade cultural desenvolveu-se como professor de História de Filosofia Moderna e Contemporânea na Faculdade de Filosofia de Braga da UCP. Durante alguns anos, depois de 1965, foi Regente da Cadeira de História da Filosofia Moderna na Faculdade de Letras da Universidade do Porto.